terça-feira, 25 de abril de 2017

25 DE ABRIL DE 1974


Faz hoje 43 anos (quarenta e três anos), que Salgueiro Maia à frente de uma coluna motorizada proveniente de Santarém, capital do meu distrito, de megafone em punho, G3 ao ombro dando o corpo às balas, provocou frente ao quartel do Carmo em Lisboa, a queda de um regime que durante décadas oprimiu um povo, retirando-lhe os mais elementares direitos de cidadania.
Como diria Sophia de Mello Breyner,«Era a madrugada que esperávamos,num dia inteiro e limpo,onde emergíamos da noite e do silencio,livres para habitarmos a substancia do tempo.»
A Imagem de Digo, um menino de caracóis loiros esforçando-se para colocar um cravo vermelho numa espingarda de Abril, correu mundo.
Esta imagem simbolizou e simboliza a essência e benevolência da nossa exemplar revolução.
Também eu como centenas de milhares de jovens Portugueses sofri as agruras da guerra que o regime de então teimava em manter.
Naquela madrugada de Abril, encontrava-me algures no leste de Angola, onde mercê das vicissitudes do processo tive que permanecer mais alguns meses.
Regressado ao meu país, ao país novo, encontrei uma sociedade sedenta, sedenta de dinâmica.
Tudo tinha mudado!
Os hábitos, as regras, os princípios, notando-se um clima reivindicativo próprio de quem nunca nada teve e que momentaneamente tudo queria ter.
Foram tempos difíceis e conturbados!
O clima social agudizou-se, não sendo poucas as vezes em que estivemos no limiar do confronto com todas as consequências daí resultantes.
Com o passar do tempo o «fruto revolucionário» foi amadurecendo! A vida as vivências, foram ganhando raízes no mundo novo.
A democracia começava a dar passos seguros em frente!
Os cidadãos começavam a ser tolerantes!
A democracia instalava-se!
A democracia instalou-se!
Passados 43 anos somos o que somos!
Somos um país integrado no conjunto das nações europeias, vivendo o mais aproximadamente possível o modo e o tempo semelhante aos povos civilizados do mundo.
O Nosso país já não é aquele:
Que respira sem garganta,
Que chora quando tem frio
E não tem sol quando canta.
ABRIL VALEU A PENA!



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