quinta-feira, 17 de maio de 2018

C 130 EM S. TOMÉ














Antes da FAP ter aviões C-130 Hercules, já os nossos cabos MMA, que prestavam serviço no AT2, em São Tomé e Príncipe, nos finais de 1973 princípios de 1974, assistiam e controlavam na placa, estas aeronaves. Os controladores de trafego aéreo também faziam a sua parte.

Como?
Sim, aviões C-130 de uma companhia estatal sul-africana, aviões com pintura civil, faziam escala na ilha, e era a Força Aérea Portuguesa, que tinha acordo com a Força Aérea Sul- Africana, que assistia o trânsito destas aeronaves por ali passavam.
Até aqui pode parecer normal, até porque o governo sul-africano dava apoio ao governo português no leste e sul de Angola. Quem por lá esteve, sabe que foi assim.
O que se calhar muitos não sabem é que estes aviões vindos da África do sul vazios e com destino desconhecido, voltavam uns dias depois da Europa, dizia-se que da Itália e traziam a bordo dois Mirage III desmontados. Seriam aviões para equipar a SAAF. Comigo passaram pelo menos 2 aviões. Fuselagens no meio e asas junto a fuselagem. É o que me lembro.

O curioso é que as tripulações ofereciam fruta trazida da África do Sul, como forma de agradecer o serviço que lhes estávamos a prestar. Portugal não cobrava pela passagem destas aeronaves.
Numa terra em que a fruta andava à volta das bananas, ananases, mamões e papaias, aparecerem umas laranjas, umas maçãs, uma pêras umas uvas, era algo de muito bom.
O problema é que o Sr. comandante entendeu que a fruta era para ele e não dava nada ao pessoal.
O Sargento Ramalho, CTA que falava muito bem inglês, lamentou aos tripulantes a situação.
Estes acharam a coisa estranha pois tinham dito claramente que a fruta era para o pessoal. Provavelmente o comandante não entendia bem inglês!
O que é certo, é que, nos voos seguintes, a mercadoria era passada à socapa directamente ao pessoal, que fazia a distribuição ainda no aeródromo, democraticamente, e divertíamo-nos a ver o Sr. comandante rodear os tripulantes na esperança de receber o seu pagamento. Eles faziam-se desentendidos cooperando com a malta que efectivamente lhes prestava assistência.

Por Carlos Gato




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